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Porque ainda um poucochinho de tempo, e o que há de vir virá e não tardará.(Hb.10:37)

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On quarta-feira, 19 de maio de 2010 0 comentários


De onde veio e para onde vai essa igreja quase-centenária?

A Igreja Evangélica Assembleia de Deus, pioneira do Movimento Pentecostal no Brasil, completará 100 anos em 2011. Como assembleiano, sinto-me honrado por pertencer a essa instituição histórica que já teve em suas fileiras homens como Gunnar Vingren, Daniel Berg, Samuel Nyström, Orlando Boyer, Nels Nelson, Bernard Johnson, Lawrence Olson, Lewi Petrus, José Amaro da Silva, Eurico Bergstén, Cícero Canuto de Lima, Paulo Leivas Macalão, Alcebíades Vasconcelos, Estevam Ângelo de Souza, João Batista da Slva, José Leôncio da Silva, Rodrigo Santana, Isaac Martins, Alfredo Reikdal, Valdir Nunes Bícego e tantos outros.

Graças a Deus, ela ainda conta com homens piedosos, como José Wellington Bezerra da Costa, Antonio Gilberto da Silva, José Pimentel de Carvalho, Raimundo João de Santana, Sebastião Rodrigues de Souza, José Antonio dos Santos, Anselmo Silvestre, José Apolônio da Silva e outros pastores mais jovens, fiéis à Palavra do Senhor.

Às vésperas de seu centenário, no entanto, a Assembleia de Deus vem sofrendo na mão de alguns líderes, pregadores e cantores que não têm compromisso com a sã doutrina, os quais dão lugar a preferências pessoais, pontos de vista dissociados das Escrituras, experiências “transcendentais” e modismos injustificáveis. Tudo isso para atraírem multidões incautas e aumentarem receitas de igrejas ou patrimônios pessoais, ignorando textos como Mateus 7.13-23; 24.12; João 6.60-69; 2 Coríntios 2.17; 2 Timóteo 4.1-5 e 1 Timóteo 6.9,10.

A "NOVA GERAÇÃO"

Muitos líderes da chamada “nova geração”, sem visão espiritual e discernimento (Ap 3.17-19; Is 5.20; 1 Co 2.15), se deixam enganar por animadores de auditório, super-pregadores malabaristas e cantores famosos, celebridades que fazem muitas exigências. Por quê? Porque esses astros do mundo gospel conseguem juntar muita gente e, consequentemente, arrecadar boas ofertas... No final, todos ficam satisfeitos com os resultados (principalmente, financeiros). Menos o Senhor Jesus.

Em muitos congressos, pregadores (pregadores?) famosos se valem de técnicas de manipulação de massa para conseguirem o seu intento: conquistar o público, para depois “arrancar” dele a maior quantia em dinheiro vivo, cheques (muitos sem fundo, que geralmente ficam na igreja) e bens, como relógios, alianças, etc., que também costumam ficar na igreja... Técnicas como mandar o povo juntar as mãos, para as separarem apenas depois da ordem de super-pregadores (exibicionistas), têm sido usadas para supostamente demonstrar o poder de Deus. Mas isso nada tem que ver com o Evangelho. É produto da sugestão psicológica.

Outra estratégia usada por super-pregadores é derrubar pessoas e “anestesiá-las”, a fim de que recebam uma “cirurgia celestial”. Quando vários irmãos incautos estão deitados no chão, o pregador (pregador?) brada: “Agora vou tirar a anestesia por alguns instantes”. Isso basta para que várias pessoas comecem a gritar, deixando a plateia bastante eufórica. Sabe como se chama isso? Hipnose!

Nosso tempo tem sido marcado por imitações, más inovações (pois existem as boas inovações), misticismo e falsificações dentro das igrejas (At 20.27-30; 2 Pe 2.1,2; 1 Tm 6.3,4). Mas a Assembleia de Deus cresceu no Brasil seguindo ao modelo bíblico (2 Tm 1.13; Hb 8.5), e não a práticas místicas. Os pioneiros do Movimento Pentecostal foram fiéis à Palavra do Senhor (1 Pe 1.23,24) e puseram o fundamento (1 Co 3.10). Cabe a nós, que cremos na operação multíplice do Espírito Santo (1 Co 12.4-11), saber como devemos edificar.

O MODELO DO VERDADEIRO PENTECOSTES

O modelo para nós, hoje, continua no livro de Atos dos Apóstolos (ou melhor, Atos do Espírito Santo), especialmente no capítulo 2. Ali encontramos as características do verdadeiro Pentecostes, que gera crentes e igrejas genuinamente pentecostais. As aberrações que vemos em nossos dias se devem ao distanciamento do modelo bíblico-apostólico.

Em Atos 2.1-4, vemos que todos estavam reunidos. A palavra “todos” é inclusiva, o que denota unidade no Espírito Santo. Não havia lugar para discordâncias, contendas, divergências pessoais em torno das coisas de Deus; todos estavam ali, juntos, reunidos. Será que havia naquela igreja espaço para disputas desleais por posição, cargo, etc., como vemos em nossos dias, principalmente em convenções de ministros?

No dia de Pentecostes, veio do céu um som como de um vento (At 2.2). O que está ocorrendo atualmente nas igrejas vem mesmo do Alto? Reflitamos sobre a origem daquilo que ouvimos, vemos e sentimos (At 17.11). O verdadeiro revestimento de poder do Espírito vem de cima (Lc 24.49; At 11.15). A Palavra de Deus nos alerta quanto a “outro espírito” (2 Co 11.4), isto é, espíritos que se passam pelo verdadeiro Espírito de Deus (1 Jo 4.1).

O som que veio do Alto era como de um vento. Não houve vento natural, e sim algo semelhante a seus efeitos. O que isso representa? O vento tem as seguintes características: impulsiona; separa (Sl 1.4; Mt 3.12); movimenta; fertiliza (Cl 4.16; Jo 3.5,8); limpa; não tem cor (favoritismo, individualismo, discriminação); move-se continuamente (cf. Ec 1.6; Gn 1.2); espalha perfume; suaviza no calor; vivifica (Ez 37.8-10). Mas devemos ter cuidado com os ventos que não provêm do Espírito de Deus (Mt 7.25; Ef 4.14).

Línguas como que de fogo também foram repartidas (At 2.3). O verdadeiro Pentecostes tem algo para se ouvir, para se ver e para se repartir, mas “do Céu”. Textos como Atos 2.4; 10.44-46 e 11.15 evidenciam que as línguas estranhas são o sinal físico inicial do batismo com o Espírito Santo. Elas são apresentadas, também, como um dos dons espirituais (1 Co 12.10,30). É isso que evidencia o batismo no Espírito, e não “quedas de poder” ou risos intermináveis.

As línguas foram “como que de fogo”. O que isso significa? O fogo tem as seguintes características: alastra-se; comunica-se; purifica; ilumina; aquece. A Assembleia de Deus, bem como toda e qualquer igreja que deseja caminhar sob poder do Espírito, precisa desse fogo do Céu! Diante da manifestação do Espírito de Deus no dia de Pentecostes, muitos zombaram, dizendo: “Estão cheios de mosto” (At 2.13). Esses escarnecedores não eram pessoas ímpias, e sim religiosas. Hoje não acontece a mesma coisa? Há muitos zombadores e críticos religiosos. A Palavra de Deus afirma que, no último tempo, haveria escarnecedores (Jd v.18).

Entretanto, Pedro, cheio do Espírito Santo, pôs-se em pé e, além de dar uma resposta aos zombeteiros, pregou a Palavra de Deus (At 2.14-15). O verdadeiro Movimento Pentecostal é formado por crentes cheios do Espírito que ficam de pé para pregar o Evangelho, e não por aqueles que, dando lugar às suas emoções ou seguindo a modismos, caem ao chão para usufruir de “novas unções”...

Em muitos púlpitos (ou palcos?) não há mais espaço para a pregação expositiva. O tempo é ocupado por excesso de música, peças teatrais, coreografias... A Assembleia de Deus precisa olhar para os pioneiros (Jr 6.16) e se lembrar do temor que eles possuíam, do amor à Palavra e à oração, do desejo de evangelizar... Só assim o capítulo 29 de Atos do Espírito Santo continuará sendo escrito por essa igreja e outras, fiéis às Escrituras.

Ciro Sanches Zibordi


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